segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

As bandas de música e a pandemia da COVID-19

 O ano de 2020 foi um ano difícil para as bandas de música alagoanas. Em Traipu, onde a cultura das bandas se faz presente no dia a dia da cidade, sentimos o quanto houve prejuízo cultural e econômico. Entretanto, dois eventos importantes não deixaram de ser realizados, embora com muita precaução: A festa do dia dos músicos, que tem sido muito importante dentro das atividades culturais da cidade e a Festa da Padroeira de Traipu, Nossa Senhora do Ó. 

  Os cuidados tomados por todos os envolvidos permitiram que a Banda Lira Traipuense, juntamente com a Banda Antônio Basílio dos Santos (que foi criada por decreto municipal e agrega músicos de outras bandas da cidade) fizessem apresentações segundo a tradição - alvorada, meio dia e retreta após a novena. 

O maestro Antônio Marcos (Ninho), assumiu interinamente a Banda Lira, por motivos de saúde do maestro Nelson Souza. Como todo músico da Lira, quando é chamado a assumir a mestria sempre faz com bastante qualidade e profissionalismo. 

A paróquia está de parabéns por buscar meios de, mesmo com a pandemia da COVID, garantir que as atividades culturais permaneçam efetivas na centenária Festa de Nossa Senhora do Ó. 


 

domingo, 16 de fevereiro de 2020

O Pinto da Madrugada é nosso! o sábado também!

Como já era de se esperar, a população alagoana compareceu à Orla de Pajuçara no sábado 15 de fevereiro para prestigiar e se divertir ao som das orquestras de frevo vindas de vários lugares do Estado. Uma festa que poderia ter sido melhor, caso não fosse a falta de organização dos blocos que pegam carona na festa do Pinto da Madrugada: oportunismo há em todo lugar! Mas o sucesso do Pinto não se resume à festa, trata-se de uma Associação com um olhar especial sobre a vida dos atores do processo, os músicos.
Nosso maestro chegando aos 80...por isso o maestro Ninho e Nilton Souza fazem o trabalho pesado!

Essa forma de compromisso cultural, algo em depreciação no País, injeta recursos nas pequenas economias do interior alagoano e explode em termos de arrecadação dos órgãos governamentais, alguns desses órgãos ainda desconhecem os dados, pelo menos oficialmente.
ala da percussão 

A Associação Cultural Lira de Traipu, percebendo as dificuldades de se fazer a festa buscou ajudar, no que lhe era possível, disponibilizando uma orquestra com 45 músicos, todos spalas, os melhores músicos da cidade. Foi um dia para orgulhar a nossa cidade, dita de músicos! Ouvir os elogios da população, receber solicitações de frevos dos vizinhos pernambucanos e atender prontamente foi uma grande satisfação e reconhecimento do trabalho que fazemos no agreste alagoano.
Nosso prefeito, Cavalcante, nosso governador, Renan filho e tantos outros políticos fizeram questão de estar conosco e nos prestigiar! A população taipuense que mora em Maceió compareceu em peso...gente que somente se vê nesses momentos!
Renan Filho prestigiando a Lira Traipuense!!!!

O prefeito Cavalcante marca presença na folia!

Nosso agradecimento vai para nosso principal ator, o músico que doa seu suor pela diversão do folião!
Ao lado do maestro Nelson Souza o prefeito Cavalcante prestigia o trabalho da Lira Taipuense!
ala das palhetas 

Da parte da nossa Associação o respeito ao músico é o que deve sempre prevalecer: alimentação adequada, segurança para fazer suas atividades musicais (contratamos uma empresa particular para cuidar das cordas), transporte, fornecimento a vontade de água, refrigerante, lanches e cerveja em todo o percurso, almoço de confraternização em restaurante após o evento.
ala de metais

Fazemos a nossa parte para preservar a festa sempre atrativa para o músico!
Edjane o homem do controle do carro de apoio e Damião Batera! 
os músicos em seu momento de confraternização. Cerveja boa, comida boa, satisfação de ter chegado ao final sem baixas!
Parabéns a todos pelo belíssimo desfile! que venha 2021!

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

O futuro das Sociedades Musicais em Traipu: progresso?

Banda Lira - simbolo de resistência. 112 anos.  

O rápido e descuidado tramite para a aprovação da LEI Municipal nº 724, que dispõe sobre a instituição, no Município de Traipu, do programa bolsa artística e cria incentivos a banda municipal Maestro Antônio Basílio, deixou muitos de nós surpresos diante da celeridade com a qual foi tratado o assunto, tanto na Câmara de Vereadores, quanto no veto do Executivo. 
Naturalmente, celeridade não pode ser confundida com descuido ou desproporção na tomada de decisões, haja visto que a cultura musical traipuense é centenária e instituída socialmente. 
Há algumas questões para se pensar, já que os músicos das duas Associações Musicais locais, e mesmo aqueles que já não compõem esses grupos, estão sendo convidados a participar de um edital  público para formação de uma nova Banda de Música, que leva o nome do saudoso e competente maestro traipuense, Antônio Basílio dos Santos. 
Durante todo o governo atual nunca foi destinada atenção para as Associações Musicais do município que passam dificuldades diversas, mas que tratam da formação de jovens músicos e que possuem os instrumentos que poderão, caso cedam o seu instrumental, compor essa nova banda municipal. O que está em questão é o protagonismo das Associações de Músicos que sempre trabalharam para a manutenção da cultura musical do município e que, mesmo com maus gestores culturais, nunca pararam suas atividades. 
O passo dado pelo Executivo e Legislativo Municipal é passível de aplausos caso seja pensada a manutenção das Associações Musicais pois a identidade de uma Banda como a Lira Traipuense extrapola os muros da relação de municipalidade, alcançando aos seus 112 anos níveis de interesse internacional, para a pesquisa e para a cultura musical do Brasil. 
O edital publicado precisa ser revisto! Está cheio de falhas e erros grosseiros. 
Esperamos do Poder Executivo atitudes claras sobre as intenções da criação de uma nova banda no município pois, "o remédio desmedido na dose pode se tornar um veneno". A Associação Cultural Lira de Traipu acredita que muito do que está sendo feito pode refletir melhorias financeiras para os músicos do município, por isso tem apoiado a ação, no que a ela compete, mas, por sua condição de zeladora da cultura musical traipuense precisa se posicionar e buscar, quando possível, fazer reflexões necessárias. 


Nilton Souza
Presidente da ACLTraipu